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Miles de personas en el mundo han recuperado la alegría y el encanto de la vida.

Talleres de Oración y Vida

Padre Ignacio Larrañaga

Milhares de pessoas têm recuperado
a alegria e o encanto da vida.

Oficinas de Oração e Vida

Frei Ignacio Larrañaga

A MÚSICA CALADA

Para entrar numa verdadeira adoração necessitamos, previamente, ter conseguido duas condições: em primeiro lugar, isolar-me por meio do silenciamento dos clamores interiores e exteriores para chegar a percepção de meu próprio mistério e identidade.

E, em segundo lugar, ultrapassar esse bosque de imagens e conceitos sobre Deus para ficar com o mesmíssimo Deus; isso é ciência pura e verdadeira, é a pureza total da fé.

Um exemplo: uma preciosa melodia desperta em mim, não sei porque, o mistério vivente de meu Deus. Pois bem, se em um determinado momento toda minha alma ficar concentradamente cativada e presa em meu Deus, a música desaparecerá. A música não desapareceu, ela continua tocando, mas eu já não estou com a música, estou com Ele.

A música pode me evocar a Deus, mas uma vez que o evocado aparece, a evocação desaparece. Conclusão: Deus mesmo está mais além, é “outra coisa”, que as evocações que o fazem presente.

Outro exemplo: um belo dia nós estamos diante de uma esplêndida paisagem, e ao contemplar tanta vitalidade, tanta variedade de cores, todo este esplendor nos evoca a fonte eterna da beleza: o Senhor. Mas, se eu em um momento determinado, na minha última instância e na fé pura ficar completamente perdido e encontrado em Deus, a sós com Ele, já desapareceram os rios, as montanhas e os perfumes. Não desapareceu nada: meus olhos estão vendo os horizontes, minha pele sente a brisa, e o olfato, os perfumes. Meus sentidos, sim: mas eu, não; eu estou contigo; para mim neste mundo, neste momento, não existe nada, só Tu.

Quando o despertado se faz presente, os despertadores desaparecem. Quer dizer, Deus mesmo, vivo e verdadeiro, é “outra coisa” que as imagens com que o revestimos, as palavras com que o expressamos ou as criaturas que o evocam.

Como chegar ao Deus verdadeiro, com Ele mesmo, Deus em sua essência simples e total? Eis aqui a questão.

Para adorá-lo em espírito e verdade necessitamos desvestir Deus de todas as roupagens que, não são falsas, mas, pelo menos, são imperfeitas e ambíguas, já que os pensamentos mais elevados e as expressões mais inspiradas são pálidas sombras, figuras desbotadas em comparação com o que Ele é realmente.

Necessitamos silenciar ao Deus de nossos conceitos para ficarmos com o Deus da fé.

Apoiar-se na criação para adorar pode ser para alguns uma maneira eficaz para orar. Mas, no jardim ou no campo mil reflexos distraem, os sentidos se entretêm e a alma se conforma com pequenos detalhes de Deus.

Mas, na fé pura e na natureza desnuda, no silêncio e solidão do coração, a Presença flui com luz absoluta.

Extraído do livro “Itinerário para Deus”, de Frei Ignacio Larrañaga.