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Padre Ignacio Larrañaga

Milhares de pessoas têm recuperado
a alegria e o encanto da vida.

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Frei Ignacio Larrañaga

CAMINHAMOS COM MARIA NO ADVENTO

Vejamos o comportamento de Maria diante do silêncio de Deus.

Nazaré está a uns 150 quilômetros de Belém, pela estrada moderna. Naquele tempo, a distância devia ser um bocado maior.

“Os caminhos do país ainda não tinham sido traçados e cuidados pelos romanos, mestres no assunto. Eram maus e apenas transitáveis por caravanas de asnos e de camelos. O casal, na melhor das hipóteses deve ter tido apenas um asno à sua disposição para transportar mantimentos e os objetos mais necessários, um daqueles asnos que ainda podem ser vistos hoje, na Palestina, seguindo um grupo de caminhantes. “

Não sabemos se Maria era obrigada a apresentar-se ao recenseamento. Parece que não. De qualquer maneira, o fato é que José se dirigiu para Belém “com Maria, sua esposa, que estava grávida”. (Lc. 2, 5)

A Mãe teve que caminhar lentamente, com eventuais paradas para descanso. Devido a estar grávida a viagem resultou, para a Mãe, lenta e cansativa. Podemos calcular que, nessas circunstâncias, a viagem tenha demorado de 8 a 10 dias.

Mais uma vez precisamos colocar-nos em estado contemplativo para penetrar no interior de Maria, auscultar suas pulsações espirituais e admirar sua beleza interior.

Pobre e digna, a jovem vai caminhando com dificuldade. Hoje amanheceu um dia frio e chuvoso, a caminhada vai ser particularmente difícil. Contudo, Maria é uma serva do Senhor, e responde as inclemências: está bem, meu Pai, faça-se. E a Mãe fica cheia de paz, apesar da chuva e do frio.

A psicologia da jovem que vai ser mãe pela primeira vez é muito singular: vive entre a emoção e o temor. O silêncio de Deus, como um céu escuro cheio de interrogações, abateu-se sobre Maria: quando começarão as dores do parto? Naquele tempo, todo parto era um perigo eventual de morte. Em nosso caso, haverá complicações sérias ou será tudo normal? Ninguém sabe. Chegaremos em tempo a Belém? E se tiver que dar a luz no caminho? Haverá uma mulher experimentada que possa me ajudar?

Ninguém sabe nada. Deus continua em silêncio. Diante dessas e de outras interrogações,

a Mãe não fica irritada nem ansiosa. Cheia de paz, responde sempre: faça-se, de acordo, meu Pai, eu me abandono em Ti. Nunca se viu nesta terra uma mulher tão cheia de paz, fortaleza, doçura e elegância.

Onde dormiremos esta noite? Naquela curva do caminho, ao pé daquela colina. Vamos até lá. E o que de longe parecia confortável, na realidade é um buraco barrento e batido pelo vento. Não há lugar melhor? Está caindo a noite, e é tarde para procurar outro lugar; teremos que dormir aqui, na umidade e na sujeira. Deus não dá sinal de vida. Dentro de sua espiritualidade, a Mãe só consegue dizer: Senhor meu, fizemos o possível para encontrar o melhor lugar. Permitiste que tivéssemos que passar a noite aqui; está bem, meu Pai, faça-se, abandono-me à tua vontade. Este faça-se inextinguível não permitirá que a Mãe jamais se abata emocionalmente, e a libertará de toda angústia.

Passam-se os dias. Fazem o que é possível quanto ao alimento e ao descanso. Quando todos os resultados são adversos, a Mãe não resiste nem se agita, mas se entrega. “Precisam dormir em lugares públicos de repouso, que havia junto aos caminhos, estendendo-se por terra, como os outros viajantes, entre camelos e burros”.

E Deus continuava em silêncio. Que fará Maria?

Maria não há de chorar, porque o pranto é uma espécie de protesto, e a serva do Senhor não pode protestar, mas aceitar. Seu faça-se proporcionará continuamente um formidável estado interior de calma, serenidade, elegância, dignidade, uma categoria interior fora de série. Não haverá no mundo emergências dolorosas nem eventualidades surpreendentes que possam desequilibrar a estabilidade emocional da Mãe. Antes de ser Senhora nossa, foi Senhora de si mesma.

Tirado do livro “O silêncio de Maria”, de Frei Ignacio Larrañaga.